Pesquisa de Clima & Engajamento: só pergunte se a empresa quiser mesmo ouvir (e estiver disposta a agir)

Por Diandra Arbia

Em um dia desses, eu estava conversando com uma amiga antiga que virou também prospect. Ela é responsável pela comunicação com os empregados na indústria onde trabalha e estávamos batendo um papo para entender como eu poderia ajudá-la, dando algumas dicas e compartilhando boas práticas. A certa altura, enquanto desenhava o cenário, questionei sobre pesquisa de clima e engajamento. Seria essa uma prática da empresa?

 – “Foi feita uma pesquisa de clima e engajamento há muitos anos, os resultados foram péssimos e nunca mais fizemos nenhuma”disse ela.

Na hora, eu ri muito, ainda brinquei: “só fica doente quem faz exame, não é mesmo?“. Mas fiquei pensando por dias na situação dessa empresa. 


Na minha opinião, se a empresa não vai fazer nada com os resultados de uma pesquisa diagnóstica como esta, é melhor mesmo não fazer nada. Assim, errados não estão em não repetir a pesquisa. Vejo muitas empresas fazendo pesquisas de clima e engajamento anuais, abrindo espaço para ouvir o que os empregados têm a dizer como se realmente se importassem.


Porém, quando os resultados dessas pesquisas de clima e engajamento não são seguidos de um plano de ação focado nos pontos de melhoria revelados pela pesquisa, é melhor não fazer pesquisa.


A comunicação vai além


Comunicação é mais do que aquilo que o empregado recebe por e-mail ou na TV corporativa. Assim, tudo o que a empresa faz comunica. E, se ela lança uma pesquisa como esta, na verdade, está estabelecendo um diálogo, fazendo perguntas. Mas quando ela escuta o que seu público mais importante tem a dizer e não age, o que ela está dizendo na verdade é: eu não me importo com o que você disse. Eu só fingi que queria conversar com você e que sua opinião era relevante pra mim, mas na verdade ela não é.


Como resultado, o que a empresa pode esperar dali pra frente é tudo, menos engajamento dos empregados em relação aos objetivos do negócio e outras iniciativas internas. Entretanto, qual empresa que deseja ter um modelo de negócio sustentável pode se dar ao luxo de não se preocupar com o engajamento de seus empregados?


É comprovado que o engajamento dos empregados é refletido em melhor performance econômica, menos acidentes de trabalho e até em um turnover menor.


Em conclusão, perguntar e escutar é importante, afinal, mais do que o ferramental dos canais de comunicação, a comunicação interna é feita desse diálogo. Mas perguntar e não responder nada é muito pior do que não perguntar.

Leia mais: + Superação de dificuldades: Eu sou uma sobrevivente. E você? + A comunicação é a primeira área a ser cortada em tempos de crise? Dez anos depois: o fim de um mito no universo da comunicação

Sponsored: Entenda e atue sobre a satisfação interna, na busca de melhores resultados.